NUMA PALESTRA ORGANIZADA PELA UNIROVUMA

Elas manifestaram esta posição no decorrer duma palestra organizada pela Direção Científica da Universidade Rovuma e alusiva a 7 de abril, dia consagrado à Mulher Moçambicana, evento realizado sob o lema “A Mulher Moçambicana e os Desafios da Inclusão, Inovação e Tecnologia para a Promoção da Igualdade de Género em Nampula”.
Foram oradoras da palestra as Mestres Madania Nuro Bacar, chefe do Departamento de Relações Públicas e Cooperação, Esperança Lumenta Afonso, diretora do Centro de Formação Técnico Profissional, ambas docentes da UniRovuma, e Fátima Domingos Arune, Secretária Executiva da Direção Provincial da Mulher e Acção Social.
A maior parte das intervenções feitas no encontro gravitou em torno da possibilidade da mulher ombrear com o homem nos desafios que se apresentam ao mundo actual no domínio da tecnologia e inovação.
Para Fátima Domingos, a primeira oradora do evento, a mulher tem capacidades de criar oportunidades para a sua própria inclusão no mundo tecnológico e, ao mesmo tempo, estar a desempenhar o seu papel de educadora, criadora e organizadora do meio onde ela vive, isto é, a sua residência e lar.
“Todos nós sabemos que, às vezes, é difícil conciliar esses dois papéis, mas a força de vontade que caracteriza a muitas de nós temos a capacidade de nos incluirmos nos avanços tecnológicos a que estamos a assistir hoje em dia”, acrescentou Fátima Domingos.
No ponto de vista da Mestre Madania Nuro, a mulher precisa de amor, empatia, estima e atenção dos homens na sua batalha rumo à inclusão tecnológica e outras acções que erroneamente se diz que só são feitas pelos homens.
Um dos pontos levantados pela Mestre Nuro na sua alocução é a manipulação do próprio computador, instrumento chave neste processo todo de digitalização tecnológica e cuja cobertura em Moçambique deixa muito aquém do desejado.
“Não podemos falar de inclusão digital sem falarmos do computador, por isso temos que ter o domínio deste instrumento que hoje em dia guia as nossas vidas para falarmos, depois, deste campo da tecnologia em benefício das comunidades”, acrescentou Madania Nuro.
Para a oradora, um incluído digitalmente não é aquele que apenas utiliza esta nova linguagem, que é o mundo digital, mas o que usufrui desse suporte para melhorar as suas condições de vida, a fim de buscar novas oportunidades de emprego, meios de comunicação, formas de adquirir novas aprendizagens, entre outras.
“A inclusão digital insere-se num movimento maior de inclusão social, um dos grandes objectivos compartilhados por diversos governos do mundo nas últimas décadas”, sublinhou a oradora.
A Mestre Esperança Lumenta, a terceira e última oradora da palestra, considerou que o acesso à tecnologia é, claramente, um dos pré-requisitos para que o seu uso se faça de forma adequada, um facto que não pode ser negado à mulher.
Ela apontou as Nações Unidas, entidade mundial que celebrou o Dia Internacional da Mulher, afirmando que este organismo reconhece as mulheres que defendem o avanço da tecnologia transformadora e da educação digital.
Segundo ela, as mulheres são capazes de implementar qualquer acção em pé de igualdade com os homens, bastando incentivá-las desde cedo na escola primária e secundária – a abraçar as áreas de ciências exactas por meio de condições e infraestruturas adequadas ao desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s).
A oradora reconheceu, por outro lado, haver grandes dificuldades na inclusão da mulher nesse campo, contudo regista-se um número crescente de mulheres que se destacam nesta área.
“Na Universidade Rovuma temos mulheres que são docentes, programadoras de páginas WEB, analistas de sistemas, as quais inspiram outras mulheres a frequentarem cursos ligados à tecnologia”, explicou Esperança Lumenta.